A
exposição “MÁXIMO DIVISOR COMUM”, cuja abertura ocorreu no dia 07 de
março, na Galeria Cañizares, na Escola de Belas Artes da
UFBA, reuniu os artistas/mestres em artes visuais, Davi Bernardo, Josemar
Antonio e Tanile Maria, com curadoria de Alejandra Muñoz.
Os
artistas apresentaram seus trabalhos mais recentes, elaborados a partir de
discussões em grupo acerca dos desenvolvimentos/envolvimentos da arte
contemporânea, seguindo o viés das poéticas de cada um, porém sem deixar de
destacar pontos de tangência entre eles, levantando questões relacionadas à memória,
à identidade e ao colecionismo (segundo o conceito de multiplicidade,
conforme Ítalo Calvino), que voltam aqui, mais uma vez, em novas configurações.
S/ Título, da série “Gravidade”, Davi Bernardo, Pintura e fotografia, 2016.
Davi Bernardo permanece tratando do
cotidiano que nasce das palavras. As séries “No
meio do caminho de minha vida” e “Gravidade”, em que reúne
fotografias e pinturas (acrílica sobre tela), parte do primeiro verso da Divina
Comédia de Dante (No meio do caminho de minha vida), para tratar da
solidão do homem diante do tempo, destacando aquele ponto em que se pode
constatar que já vivemos mais do que o que será vivido.
S/ Título, da série “Gravidade”, Davi Bernardo, Pintura e fotografia, 2016.
"Quanto ao futuro", Davi Bernardo, Objeto (vidro, placa de metal e pó resultante da queima em forno de alta temperatura de exemplar antigo do livro “A hora da estrela”, de Clarice Lispector), 2016.
Josemar
Antonio tem como linha de pesquisa as relações da sexualidade
estabelecidas na atividades cotidianas, buscando a representação das idiossindrasias, dos desejos, das fobias
humanas em uma linguagem plástica. Procura através da apropriação, deslocamento e desconstrução de
imagens e textos com conteúdo erótico, a recontextualização desses signos
através de princípios como a apropriação; o
deslocamento; a supressão; a visibilidade e a dissolução.
"No meio do caminho de minha vida", Davi Bernardo, Instalação (monotipias e desenhos sobre papel e objetos) 2016.
Tanile Maria dá seguimento ao seu objeto de pesquisa de mestrado, representando fragmentos de sua memória, intimidade e identidade, por meio de instalações e objetos realizados a partir de diversos materiais herdados da avó (linhas, carretéis, agulhas, alfinetes, tecidos, bordados, etc), criando relações entre passado e presente, sem apagar a origem familiar dos mesmos.